Carlos Damião

16 de fevereiro de 2007

Fortuna Crítica

ESTOU publicando poemas neste espaço para, de alguma maneira, me apresentar aos leitores.
Já saíram dois poemas inéditos.
Hoje estou voltando no tempo.
Em 1979, o professor Lauro Junkes – um dos maiores estudiosos da literatura catarinense em todos os tempos – publicou Presença da Poesia em Santa Catarina (Editora Lunardelli, Florianópolis), um alentado ensaio sobre esse gênero literário.
Eu, modestamente, já tinha alguma produção poética para justificar a inclusão de meu nome entre os poetas do Estado. Apareci nas páginas 254 e 256 da obra do professor Lauro, mais especificamente no capítulo Poetas Novos de Florianópolis. Primeiro, ele fez um resumo biobibliográfico, depois um parágrafo com uma apreciação crítica:
“O poema de Carlos Damião revela constante preocupação de engajamento, consciência e participação. Seu objeto fundamental é esse ser tão minimizado em nossa civilização, tão massacrado e tolhido em sua ânsia de liberdade e realização: o homem. Seu poema é consciente, é denúncia da mistificação e alienação, é arma de luta contra a violência e a violentação. Por isso, precisa manter-se muitas vezes em nível elíptico, cultivando o vigor sugestivo da alegoria e simbolização”.
Na página 256 aparecem três poemas daquela época:


Artigo Primeiro

Proclamo
a necessidade de que
retomemos
a palavra
HOMEM
em toda a sua plenitude
(não mais homem
arrastado
até o mar
para ver peixe nadar)


Liberdade

Estrangeira
pela tarde
do país
Estranha
estrela
perdida


Noite

Essa
escuridão
e nós todos
vigorosos
resistentes
tremendo de
frio
medo
(Tempo de resistir)

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